segunda-feira, 11 de julho de 2011

cordel pós-literário

ô, minino danado
tu não percebeu, tu tá errado 
política e felicidade não se separam
mulher e cotidiano não são dissociados 

abaixo as bonequinhas de porcelana  
a quem se ama 
e se come
no fim de semana

já dizia marx 
eu sou um sujeito histórico
não sou escape, com quem “se bate” 
por mensagem

o mal dos homens é não acreditar 
no potencial avassalador
de uma mulher bonita, inteligente e cheia de humor 
será que você se sente superior?

amor, sexo, paixão 
cerveja, faculdade, busão
anarquismo, música, viagem 
filosofia, faculdade, filmagem 

tá tudo junto, misturado 
cotidiano e abraço apertado
e não me venha com declaração 
de que sentimento é instituição 

afinal, ela não é uma casca 
uma árvore milenar também tem essência
por mais que ela só goste 
de quem sabe discutir a estética da existência
 
mas nem por isso 
ela descartou o surf bolado
mas apostou no teor elaborado 
de um suposto discurso libertário

camarada, não se deixa a donzela na parada 
e se vira as costas para a madrugada
como quem deixou dinheiro 
e se esquece de dar um cheiro
  
não se brinca com o povo 
demonstrando nem um pouco
de alegria com a condessa 
pois ela tem língua, sorriso e proeza 

ô, meu chapa, a vida não é assim 
tu nem queria escutar meu assunto
e nessa relação, é aí onde eu me pergunto 
até que ponto vc gostava mais de você do que de mim?

estava deslumbrado 
com a falta de certeza
se encantou com o mundo que havia criado 
mas tudo acontecera dentro da sua cabeça




(baseado num discurso oficial de teor duvidável)

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