segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Sobre a consciência e o sexo



dizia minha consciência: “fazer amor só depois do casamento!” Digo ‘minha consciência’ porque não foi minha vó, nem minha mãe que se ocupou dessa tarefa. Fui eu mesma. Eu, não; ela, a minha chefa, minha patroa. Porque é assim que a minha consciência me trata, quer dizer, me maltrata: ela me explora, me subordina, me tortura, outro dia ela chegou a me espancar. Como uma empregadinha de merda em quem ela, como enaltecida chefa, manda e desmanda.

Porém
como qualquer funcionária insatisfeita com a simples hierarquia de uma relação profissional, eu me questiono sobre a razão da minha mente. Quem foi que disse que ela está certa? O pior é que a resposta disso é ela mesma. É sempre assim, a minha consciência pergunta e a minha consciência responde. Estou farta disso. Quero outra “pessoa” para me responder! Talvez uma segunda consciência. Seria bom ter duas dela, elas poderiam entrar numa dialética. O que não pode é eu ter uma companhia que só me dá uma opinião, uma explicação, um argumento. A minha sugestão não importa pra ela, claro, qual é a patroa que escuta a empregada? É a dinâmica ordinária do capitalismo. E a minha mente é extremamente capitalista. Ela me vende suas idéias por um valor altíssimo e consegue permanecer totalmente indiferente à qualidade do produto. É uma relação custo-benefício extremamente injusta. É aí que eu começo a achar que outra consciência faria toda a diferença, afinal, quando a concorrência aumenta, o preço baixa.

Mas
já que só tenho a opção de aceitar uma única opção, sexo deixa o amor uma droga. Então se vai ficar uma droga, que seja depois do casamento, oras! Porque todo mundo diz que casamento é uma droga, então a droga do casamento é o sexo! Não, sexo não é uma droga. Porque se for, meu deus, somos todos viciados. E que vício. Vício esse que nos consome, nos gasta, nos torna um corpo sem alma. O sexo nos leva aos comportamentos mais primitivos de um ser humano. Somos só instinto, carne, desejo. E o grau de prazer que o sexo oferece pode ser tão alto que permite a cessação de muitos outros trabalhos que visam ao prazer, ou seja: com sexo tudo acaba no sexo. Além de tudo isso, o sexo vira um instrumento capaz de causar dependência entre dois seres. Há pessoas, sim, que vivem muito mais de prazer, do que de amor. É um bem-estar perigoso. Imagine se as pessoas começarem a buscar só sexo, em vez do amor?

Portanto
sexo é uma droga, mesmo. Não o façam. Nunca. Nem antes, nem depois do casamento. E os filhos? Ah, não os teremos mais. Convenhamos, filho quando cresce dá muito trabalho, são todos iguais, querem ser donos de si mesmos. E quando ficam adolescentes querem fazer o quê? Sexo.

4 comentários:

Cleonardo Mauricio disse...

Muito bom, muito bom, muito bom, muito bom!!!!!! O texto? Não... O sexo!!! Brincadeira... Ri demais (muito mesmo!) com o teu estilo humorístico, picante, sensual, sexual. Enfim... Valeu apena te pressionar pra poder ler esta pérola impressionante. Valeu!!!!

Unknown disse...

Não o façam? Nem antes nem depois? O sexo é uma droga??

Vc vai ter que me explicar e rever todos os conceitos.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Impoesia sim disse...

Carla, que consciência mais nojenta essa tua. Não a deixa fazer isso contigo não menina. Se não fosse tua patroa poderíamos considera-la uma criança mal criada! Da um jeito, dá um jeito!
rsrsrsrsrs
bJÃO

MULTIVERSOS PARALELOS disse...

Olá bonita,

Como prometi dei uma vasculhada aqui no teu blog e deixei alguns comentários - além desse -, espero que você não se ofenda com nenhum e que faça o mesmo quando visitar o meu. Há propósito o endereço é: www.jimmylopes.blogspot.com

Bem, o que eu posso dizer... seu texto é ótimo... sua consciência ta de sacanagem... e suas idéias sobre sexo... são HORRÍVEIS!!!
Ainda bem que nos conhecemos, quem sabe ainda haja tempo para eu recuperar essa pobre alma desgarrada do mundo dos prazeres e da perdição. E não se preocupe não quero casar nem ter filhos, apenas fazer sexo (rsrsrs).

PS.: Foi mal, é que é melhor perder a amiga do que a piada, né?

Bjão.