prefiro a melancolia das tuas mãos inquietas sem saber onde repousarem. se é no bolso da calça, ou no copo descartável de cerveja que você insiste em usar, eu não sei. só sei que permanecem inquietas, exalando um fogo infernal, coisa de gente que não nasceu pra ir pra igreja. gente sem regras, mesmo. eu, por exemplo, tenho a certeza de que detesto a igreja mais do que você. mas, oras, eu já fui cristã. coisa de gente que tem regras. você, não. me impressiona e admira. me preocupa, de fato. essa tua angústia incessante, tua alma carente do que não se sabe nunca. o que diabos essa menina tem? olhos pequenos, voltados para baixo, meio triste, mas ainda com um sorriso de menina desabrochada que acabou de sair da adolescência. tão pequena e frágil, pele de boneca, rosto angelical, mas com o inferno dentro de si. o inferno, pessoal, não se enganem, mora dentro daquela menina. o inferno e todos os pecados que um carnaval pode ter. toda a obsessão e compulsão que a pós-modernidade oferece. ninguém como eu para te entender, moça. já fui anjo e já fui cão também. prefiro essa tua doidice inquietante e interessante do que a normalidade dos que nunca sofrem. mas quando estiver no auge da tua agonia insana, deita aqui no meu colo velho e rabugento, meio ineficiente, eu sei, mas que promete nunca deixar de te entender.
para Ludmila, a Gordinha, meu xodó.
para Ludmila, a Gordinha, meu xodó.
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